# Transposition # 2 ## A Pausa Necessária à Transposição #danca #danca-contemporanea #guidance EMANUEL GAT CCN BALLET DE LORRAINE TRANSPOSITION#2, segunda parte de um conceito coreográfico que coloca a natureza humana no processo de transposição, recorre à simplicidade de meios. O cenário é limitado à mais reduzida expressão. Apenas o que os bastidores são capazes de delimitar. O guarda-roupa é escasso. Roupa interior, crua, comum, não uma roupa elaborada e pensada ao pormenor. Simples slips e *soutiens*. Simples t-shirts e camisas. Peúgas! A economia estende-se a todo o *set*. Como banda sonora, ruído de fundo e palavras, música de Bach, em Ré menor, para além de outro repertório clássico. Fragmentos de frases. Como se colocássemos a nu a complexidade de um mundo que se pretende ascético no recurso, sem complicações no olhar. ¶ O corpo de bailarinos preenche o palco. Há grandes movimentos em conjunto que fazem da coreografia uma massa dinâmica intensa, colorida, misturando o tecido da roupa com a pele de corpos parcialmente despidos. Aproximações. Recuos. Corpos que se deslocam no mesmo sentido, mas em posturas distintas. Uns caminham de frente. Outros, de costas. Outros, ainda, numa espécie de gatinhar. Corrida e marcha mais lenta. Rotações. Estaticidade e contemplação do outro. ¶ Transpor é aqui encontrar novas soluções para os mesmos problemas. Deslocar o nosso olhar. Transpor é encontrar um novo paradigma, essa palavra tão usada sem efeito notório. Subir de tom no movimento, mesmo quando “o sol baixa uma oitava”. O que acontece quando o nosso olhar muda de perspetiva? Que soluções encontraremos se nos descentrarmos da nossa habitual postura? Transpor é procurar a excentricidade necessária para superar a contrariedade. _Transposition#2_ é uma obra de grande plasticidade cinética. Nos intervalos do movimento, existe a pausa necessária à transposição. ¶